19 de dezembro de 2014

RESENHA: Garoto encontra Garoto

Editora: Galera Record
Autor(a): David Levithan
Número de Páginas: 240

Sinopse: Nesta mais que uma comédia romântica, Paul estuda em uma escola nada convencional. Líderes de torcida andam de moto, a rainha do baile é uma quarterback drag-queen, e a aliança entre gays e héteros ajudou os garotos héteros a aprenderem a dançar. Paul conhece Noah, o cara dos seus sonhos, mas estraga tudo de forma espetacular. E agora precisa vencer alguns desafios antes de reconquistá-lo: ajudar seu melhor amigo a lidar com os pais ultrarreligiosos que desaprovam sua orientação sexual, lidar com o fato de a sua melhor amiga estar namorando o maior babaca da escola... E, enfim, acreditar no amor o bastante para recuperar Noah!

Olá gente lindaaaa!
Hoje venho falar do segundo livro que leio do autor David Levithan (o primeiro foi "Invisível") e, começo logo dizendo que não tem como não gostar da escrita do autor. É contagiante! É o primeiro romance gay que eu leio e adorei. Sabe o que mais? O gênero é totalmente irrelevante nessa história!

Paul é gay e sabe disso desde que se entende por gente, ou até antes. A escola em que ele estuda é um altar à diversidade. A rainha do baile E quarterbeck do time de futebol é ninguém mais que Infinite Darlene, uma drag queen para lá e incrível.
Achei fofo o momento em que Paul viu Noah pela primeira vez e se encantou. Sério, em momento algum você se prende ao fato de serem dois garotos. Como eu disse, o gênero é totalmente irrelevante. A homossexualidade é tratada de uma maneira tão simples e natural que em diversos momentos eu me perguntei "Por que as coisas não são assim de verdade?"
"Pego os livros no chão e fico cara a cara com um par de tênis bem legal.
- Isso é seu? - pergunta uma voz acima dos tênis.
Eu levanto o olhar. E ali está ele.
O cabelo aponta em dez direções diferentes. Os olhos são um pouco juntos demais, mas cara, são tão verdes. Tem uma marquinha de nascença no pescoço, no formato de uma vírgula.
Eu o acho maravilhoso."
(página 12)
A família de Paul é um show à parte. Um exemplo de como os pais deveria lidar com o fato inegável e irremediável de que o filho/filha é homossexual. Já os pais de Tony, amigo de Paul, são super religiosos e acreditam que o filho irá se curar de sua "gayzisse", que se trata apenas de uma má fase. Deve ser insuportável não poder ser quem você realmente é dentro da própria casa, né?!
Em muitos aspectos, trata-se de um romance bem clichê, mas ao longo da história somos apresentados a diversos questionamentos relevantes, como o fato de o ex de Paul estar confuso... ele terminou com Paul e se envolveu com uma garota. Para ele é estranho se sentir atraído pelos dois gêneros. Ou, o fato de a melhor amiga de Paul estar namorando um cara não muito querido pela turma e estar se afastando de todos. Ou, ainda, o fato de Tony não poder ser livre, não poder ser ele mesmo...
"- Você sempre soube? - pergunta ele.
Sei imediatamente de que ele está falando.
- Basicamente, sim. - respondo. - E você?
Ele assente, ainda com os olhos na tela e com o pincel numa marca azul.
- Tem sido fácil pra você?
- Tem - digo para ele, porque é verdade.
- Nem sempre foi fácil pra mim - conta ele, e não fala mais nada."
(página 61)
Após uma pisada na bola em um momentos de dúvida, Paul acaba estragando tudo com Noah antes mesmo que tivessem a chance de começar de verdade. Noah é sensível e já passou por uma grande desilusão, Paul conseguiu superar o ex, mas só tem certeza disso após perder Noah. Nesse momento ele percebe de verdade, que Noah é seu verdadeiro lugar. Ele só precisa mostrar. Nada de palavras... é preciso ação, demonstração. Uma pessoa de alma sensível como Noah, que pinta músicas e faz fotografias como ninguém, precisa de muito mais que palavras.
"- Preciso mesmo encontrar uma palavra pra isso? - interrompe Kyle. - Não posso apenas ser?- É claro - digo, apesar de não ter tanta certeza no mundo real. O mundo ama rótulos idiotas. Eu queria que nós pudéssemos escolher os nossos." (página 102)
***
Quando terminei de ler fiquei com um sorriso bobo no rosto. Fiquei encantada com o modo como o autor fala de homossexualidade.... de forma natural, como deveria ser de fato. Bati palmas por isso. Mas, qual foi meu espanto ao saber que esse livro foi escrito há 11 anos atrás (em 2003) e que é o primeiro livro do autor. Se hoje já é complicado para muitas pessoas aceitar um romance gay como sendo natural, normal e igualmente lindo como qualquer romance hétero, imaginem como era há mais de uma década atrás?
Uma leitura leve, agradável, clichê e, mais do que qualquer coisa, NATURAL!

Classificação:

***
Espero que gostem!!

Beijos e amassos!!

Nenhum comentário

Postar um comentário

Deixe sua opinião ou sugestão e faça uma blogueira feliz! :)