10 de fevereiro de 2014

RESENHA: Azul da Cor do Mar

Editora: Novas Páginas
Autor(a): Marina Carvalho
Número de Páginas: 334


Sinopse: ACASO, DESTINO ou LOUCURA? No caso de Rafaela, Pode ser tudo isso junto. Para alguém como ela, nada é impossível. Rafaela sonha desde a adolescência com o garoto que viu uma vez, perto do mar, carregando uma mochila xadrez... A idéia fixa não a impediu, porém, de ser uma menina alegre e muito decidida. Ela quer ser jornalista, e seu sonho está se concretizando: Rafaela Vilas Boas (um nome tão imponente para alguém tão desajeitado) conseguiu um estágio no melhor jornal de Minas Gerais. Mas, como estamos falando de Rafa, alguma coisa tinha que dar errado. O jornal é mesmo incrível, mas seu colega de trabalho, Bernardo, não é a pessoa mais simpática do Mundo. Em meio a reportagens arriscadas – e alguns tropeços -, Bernardo acaba percebendo, contra a sua vontade, que Rafaela leva jeito para a coisa... E que eles formam uma dupla de tirar o fôlego. Mas e a mochila? E o garoto, o envelope, as cartas? Um dia a estabanada Rafaela vai ter que se libertar dessa obsessão.
Olá gente lindaaa!
Apesar de ainda não ter lido "Simplesmente Ana", da autora Marina Carvalho, assim que recebi os lançamentos de fevereiro da editora, o livro que mais me chamou a atenção foi "Azul da Cor do Mar". Além da capa super fofinha, a sinopse descontraída consegui instigar minha curiosidade. Assim, mergulhei na leitura e acabei lendo em um dia só.

Existem pessoas, de certa forma raras, que acabam marcando a gente por motivos muitas vezes desconhecidos. Sabe quando você cruza com alguém, ou simplesmente avista uma pessoa desconhecia e os olhares acabam se cruzando por milésimos de segundos e, ainda assim, você se lembra disso muito tempo depois? Bem, é o que acontece com Rafaela em "Azul da Cor do Mar"...
Rafa passa as férias de verão na casa de praia da avó em Iriri - ES todo ano e, no verão de 2001 acaba conhecendo, ou melhor, avistando um garoto, aparentemente mais velho que ela, com uma mochila xadrez. Todos os dias ela o vê passando na rua através da vidraça, mas nunca teve coragem de se apresentar, puxar uma conversa... assim, um dia o viu mais de perto, na praia. O garoto estava com um olhar perdido e um envelope na mão. Será uma carta de amor? Quando seus olhos se cruzam, ainda que rapidamente, Rafa quase se perde na imensidão azul... azul da cor do mar.
"Nunca mais voltei a vê-lo. Passei outras férias de verão em Iriri, mas jamais o encontrei novamente. Mesmo sem saber quem ele era, vivi os dez anos seguintes com aquela imagem da praia guardada na minha memória. Aquilo me marcou. Muito. Nem eu sei explicar por quê." (página 7)
Dez anos depois, Rafaela Vilas Boas, no auge de seus 21 anos, está no sétimo período do curso de jornalismo da PUC de Minas e, através de uma professora conseguiu uma entrevista de estágio com o bãbãbã do jornal mais famoso do estado, o Folha de Minas. Desde pequena ela sempre soube que queria ser jornalista e não é que ela está quase lá?!
Apesar do nervosismo inicial, Rafa sabe que é competente e tem chances de conseguir o estágio, porém, o que ela não imaginava era a recepção nada calorosa de seu colega de trabalho, o melhor repórter investigativo do jornal, o desagradável Bernardo.
É claro que ela consegue o estágio, afinal, seu currículo é impecável. Porém, para sua surpresa, o editor chefe quer que ela siga todos os passos de Bernardo, a fim de adquirir mais experiência. Essa é a parte difícil. Ficou claro que Bernardo não gostou nem um pouco dessa ideia, mas como ele não pode simplesmente descumprir um ordem, ambos vão ter que se suportar.
"- A Rafaela vai ser uma espécie de sombra sua. Aonde você for, ela vai junto. Quero que ela sinta a prática investigativa através de alguém como você, inquieto, questionador, cabeça-dura.
De todas as coisas que Bernardo podia fazer, nunca imaginei que ele cairia na gargalhada." (página 17)
Aos trancos e barrancos Rafa e Bernardo vão trabalhando juntos e, em meio a troca de farpas, eles acabam descobrindo que formam uma boa dupla. Não que eles admitam, mas...
Bem, fora do jornal, Rafa mora com dois irmãos suuuuper protetores. Sua família é de São Pedro dos Ferros, uma cidadezinha interiorana, por isso precisou se mudar para Belo Horizonte para estudar. Seus irmãos, que ao mesmo tempo a fazem de escrava e a protegem de tudo e todos são duas figuraças. Adorei a relação entre eles (e não me importaria se a Marina criasse histórias para eles em outros livros).
Rafaela é do tipo profissional, daquela que não troca papel e caneta por uma baladinha. Se houver a chance de um furo de reportagem, então.
Apesar de seu gênio forte, de ser esquentadinha e ter dois pés esquerdos (desastrada que só!), Rafa é do tipo que não se abre nem para as melhores amigas. Ela não gosta de se sentir vulnerável, muito menos que as pessoas a sua volta notem essa vulnerabilidade.

"Quem não me conhece direito costuma dizer que sou fria. mas não se trata disso. Eu gosto de guardar meus sentimentos comigo mesma para que não ganhem dimensões avantajadas." (página 23)
***
Adorei, gente!
Confesso que adorei a história do garoto da mochila xadrez, mas em certo ponto a fixação da Rafa por ele me causou certa estranheza. Como eu disse no início da resenha, há pessoas que nos marcam se motivo aparente, mesmo pessoas desconhecidas, mas daí a passar uma década escrevendo para um desconhecido e tendo a vida amorosa empacada por conta disso.... achei bizarro.
Entendo o fato de Rafa ter criado a imagem de um garoto, ter idealizado um modelo de perfeição.... mas eu não trocaria um namorado de carne e osso por um punhado de folhas. #Marcelo #Bernardo.
Ahhhh, como eu temi um triângulo amoroso, minha gente. Apesar de o Marcelo (repórter esportivo do jornal) ser gato e tratar a Rafa super bem, fiquei com o pé atrás (sem motivo aparente) e temi que a Rafa caísse na conversinha dele. Já o Bernardo, com todas suas grosserias, patadas e implicância, ganhou meu coração (hein?), mas teve tudo para afastar o da Rafa.
Bem, o caso é que a Marina soube explorar esse 'quase-triângulo-amoroso' muito bem.
Ri muito com as trapalhadas da Rafa, quis esganar a amiga fura olho e me surpreendi com o final. Não com o final-final, pois de certa forma é previsível (e ainda assim, ótimo!), mas próximo do final, aconteceram algumas coisas que quase me desanimaram, mas a Marina não é tão má assim e logo deu um jeito. :D
Super recomendo a leitura, gente. Esse livro só me mostro que nossas mineirinhas* não brincam em serviço!

*me refiro aqui a Marina e outras autoras mineiras que dão um show na literatura nacional, como Lilian Reis, Carol Sabar e Paula Pimenta.

Classificação:

****
Espero que gostem!!

Beijos e amassos!!

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