25 de fevereiro de 2013

RESENHA: Eu, Meu Pai e meus outros Amores

Editora: Novos Talentos da Literatura Brasileira
Autor(a): Lilian Reis
Número de Páginas: 320


Sinopse: Eu, meu pai e os meus outros amores... Há coisas na vida que acontecem e a pessoa se revolta, fica com raiva de tudo e de todos, contudo, Jade teve que aprender da maneira mais dura, que o mundinho no qual ela vivia era fútil, uma imensa bola cheia de nada. Para Jade, tudo que importava era sua mãe, padrasto e amiga. O pai era um sonho inalcançável, uma figura por quem Jade nutria “sentimentos incompreensíveis”. Ela acreditava que aquela vida de badalações, academia de dança, luais, e festas eram tudo de bom, e para o qual valia a pena viver. O resto era descartável. Entretanto, Jade fora inserida “contra sua vontade”, em outro mundo. Um lugar completamente sem valor para ela. As pessoas pouco lhe interessavam e tampouco ela acreditava que eles se interessassem por ela. Para ela, uma garota da cidade grande, o que importava eram as coisas que ela podia fazer e a maneira como se divertia, e amava apenas essas pessoas que eram seu ”tudo”... Uma história cheia de emoções, conflitos, dúvidas e descobertas, que tem um enredo gostoso, uma linguagem jovem e engraçada. Prepare-se para conhecer o outro lado do mundo de Jade. Uma adolescente quase adulta, que se mostrou rebelde e marrenta. Será que Jade aprenderá com seus erros a ser uma pessoa melhor? O livro aborda vários temas importantes, dentre eles a primeira transa, a amizade, e os sentimentos de um modo geral. Contudo, a abordagem principal é o amor de Jade por seu pai. Um homem do interior, que conviveu com sua filha apenas nos primeiros anos de vida, mas que a marcou muito. Para ela, o pai foi seu herói, aquele que a acudia dos pesadelos e dos seus medos. Todavia, a imagem deixada por ele apagou-se pelo fato de ele não ser um pai presente. A vida de Jade deu outra guinada após uma tragédia, que a obrigou a viver outra realidade... 
Olá gente lindaaaaa!!!!
Ao resenhar esse livro nacional que, de várias maneiras foi uma surpresa boa, vou seguir o exemplo do Leonardo, do blog Um leitor a mais, sugerindo que vocês leiam a resenha ouvindo uma música, a escolhida é "Down" do cantor Jason Walker. Entre os altos e baixos vividos pela protagonista Jade, acredito que a sensação predominando é a de estar caindo.... a música tem tudo a ver com esse sentimento que deve ser, no mínimo, perturbador.


Jade é uma jovem de 17 anos, cursando o ensino médio e curtindo a vida carioca com tudo de melhor que a cidade pode lhe oferecer. Mora com a mãe e o padastro e, embora desejasse, não tem a melhor das relações com o pai -  na verdade ela não tem relação nenhuma desde o divórcio dos pais.
Porém, tudo muda drasticamente após uma festa de casamento no qual Jade vai com a mãe e o padrasto. Tudo correu razoavelmente bem, até que Jade começou a se sentir angustiada. Um aviso? Talvez, mas...  Jade é assim, ela sente coisas. Mesmo assim, ela preferiu ignorar a sensação de  angustia e até conseguiu direcionar seus pensamentos ao pequeno cartãozinho que recebeu ao deixar a festa de casamentos no qual havia uma mensagem de amor. Ela até conseguiu desejar que um dia tivesse um amor tão intenso e profundo que a consumisse, mas... ela teria coisas muito mais reais com o que se preocupar após aquela noite.
"Entretanto, naquela noite, sentia uma aflição inexplicável! Contudo, aos poucos, relaxei. A pequena viagem estava agradável, o barulho da chuva fina era relaxante. Fechei os olhos e ouvi a voz de Thomas loooonge, e cada vez mais distante a voz da minhaa mãe.
Foi a última coisa que ouvi..." (páginas 19 -20)
Ao abrir os olhos, Jade se encontra em um hospital e descobre que 28 dias se passaram desde a festa de casamento. 28 dias em que ela esteve em coma. 28 dias desde que sua amada mãe e seu padrasto morreram tragicamente. Como lidar com a perda? Como aceitar que lhe arranquem metade do coração, ou ele todo?
Como ainda é menor de idade, Jade não tem escolha senão ir morar com o pai em uma fazenda no interior de Minas Gerais. Como se adaptar àquele fim de mundo quando se está acostumado com o Rio de Jeneiro?
Não bastasse ter perdido as únicas pessoas que lhe poderiam significar alguma família, Jade agora precisa viver com o pai e a mulher com quem é casado desde que largou sua mãe e os dois filhos dela. Jade se sente uma intrusa naquela família.
Aos pouco Jade vai se adaptando a rotina da fazenda e, embora não goste daquele fim de mundo, não pode negar que a paisagem é linda e, embora não se sinta completamente a vontade em meio àquela família, admite que Isolda (esposa de Bernardo, seu pai) é um doce e faz de tudo para agradá-la. Algo que aos pouco faz com que Jade se adapte cada vez melhor ao lugar é Eduardo, mais conhecido como Duke ou Du, filho caçula de Isolda a quem Jade se apega como se fosse seu irmão, embora no início ela confunda seus sentimentos. Já Fred, o irmão mais velho de Duke, de maneira alguma deixa Jade a vontade. Ao contrário do irmão, Fred é de poucas palavras e está sempre de olho em Jade como em uma crítica constante, o que tira Jade do sério. Ela realmente não sabe como lidar com aqueles olhos azuis. Ele a odeia!
"Os olhos eram de um azul profundo, marcantes. Também lembrava alguém que conhecia da TV. Acho que... não estava me lembrando. Tinha um furinho no queixo e a barba por fazer. Era sarado, parecia malhar bastante. Me detive mais nesse filho. O mesmo da fotografia, não entendi o porquê.

- Seja bem-vinda! Sou Fred. - e sorriu o suficiente.

- Obrigada!

Fala pouco - pensei." (página 62)
Logo de cara o misterioso Fred conquista o leitor. O fato de ele falar pouco e ser esquentadinho denuncia que ele tem sentimentos por Jade, mas a relação deles é um tanto quanto conturbada. Tom e Jerry? Aos poucos Jade acaba criando uma rotina, na qual passa a maior parte do tempo na companhia de Du, embora desejasse que o outro irmão fosse tão sociável quanto este. Du é... contagiante. Animado, extrovertido... não tem tempo ruim. Mas Fred por sua vez, deixa Jade nervosa. É difícil agir com naturalidade perto dele e, ela sempre acaba agindo com grosseria com as pessoas quando ele está por perto. 
Bem, com o passar do tempo ela realmente passa a se sentir em casa. Claro que o buraco em seu peito, causado pela morte da mãe, continua lá, mas ela finalmente começa a aceitar que o pai sempre a amou embora não fosse presente. Sua nova família realmente passa a significar algo para ela. As coisas começam a caminhar.... e ela nem imagina que a vida lhe dará uma nova rasteira.
Confesso que em determinado momento fiquei bem frustrada com as ações infantis de Jade ou mesmo com o descontrole e impulsividade de Fred, mas de certa forma, acabam sendo aceitáveis. Jade está passando por um momento terrível e Fred não consegue lidar com os próprios sentimentos.... e hormônios. Mas, o ponto alto do livro com certeza é Duke, meu personagem favorito que, ao que o final indica, será o protagonista de um próximo livro. Mal posso esperar.
*****
Posso dizer que o livro me agradou, embora eu tenha me irritado um pouco com essa história de Jade conversar com a própria consciência e, não pude deixar de comparar sua consciência com a maldita deusa interior de Anastasia Style (Cinquenta Tons), mas pelo menos a consciência de Jade não sai dançando tango ou fazendo acrobacias por aí, né?! Um ponto pra ela!
Um característica que gostei bastante no livro é que apresenta o ponto de vista de diversos personagens e não apenas de Jade, o que ajuda o leitor a compreender melhor certas atitudes dos outros personagens (foi muito útil no que diz respeito a Fred, pois ele pensa de um modo e, de alguma forma, acaba agindo de outro). Porém, ao longo do livro encontrei algumas passagens na narrativa em que na parte em que o ponto de vista era de um personagem, havia o ponto de vista de outro (em primeira pessoas), coisa que deve ter passado despercebida e, que de maneira alguma afeta o andamento ou a compreensão da história. Sem contar a descrição detalhada que a autora faz do ambiente, da paisagem... que vontade de conhecer essa fazenda! *-*
Uma história de dor e perdão, mas..... principalmente de amor: paternal, fraternal, entre outros. Jade precisou passar por poucas e boas para abrir o coração aos vários tipos de amores.

Classificação:

*P.S.: Vou sortear dois marcadores pra quem comentar na resenha. Por favor, deixe twitter ou facebook.

***
Espero que gostem!!

Beijos e amassos!!

2 comentários

  1. acho esta capa linda! *--*
    já ouvi maravilhas deste livro e tenho muita vontade de lê-lo!

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  2. Obrigada Amanda pela linda resenha e pelo carinho!Beijos, Lilian Reis.

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